“Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, terá sua estreia mundial no Festival de Cannes na competição oficial

Aquarius, segundo longa-metragem de ficção de Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor), terá sua estreia mundial no próximo Festival de Cannes (11-22 de Maio 2016), na França, como parte da seleção oficial competitiva do festival. 


O filme tem Sonia Braga no papel principal de “Clara”, uma escritora e jornalista aposentada, viúva, mãe de três filhos adultos. Ela é moradora do edifício Aquarius, o último de estilo antigo na beira mar do bairro de Boa Viagem, no Recife. Dona de um apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. Dona do seu passado, do seu presente e do seu futuro, esse conflito dará a Clara uma energia nova à sua vida. 


“Rodamos Aquarius em agosto e setembro do ano passado, e a montagem começou logo depois. Foram seis meses de excelente trabalho com o montador Eduardo Serrano e o filme está na fase final de pós-produção. Poder estreá-lo em Cannes é um momento muito feliz desse processo, que teve início há três anos, com a primeira versão do roteiro, escrito por mim. Fico ainda mais feliz por toda a nossa equipe formada por gente de todo o Brasil, e especialmente por artistas e técnicos pernambucanos. Fico feliz também por Sonia Braga. Quero que esse filme seja muito bom para essa artista maravilhosa e para a pessoa incrível que ela é. Antes, eu era apenas um fã, agora ganhei ainda uma amiga”, afirma o diretor Kleber Mendonça Filho.


Sonia Braga também comentou a seleção. “Nossa! Estou super feliz de estar de volta a croisette com Aquarius, vivendo um personagem que qualquer atriz se sentiria honrada em fazer. Uma pérola, um tesouro! Kleber me devolvendo a alegria de pertencer à língua portuguesa. A primeira vez que fui a Cannes foi com o filme Eu te Amo, de Arnaldo Jabor,  selecionado para a Mostra Un certain Regard... e agora 35 anos depois…Aquarius na competição oficial! Estou com o coração apertado de tanta alegria. Brindaremos em Cannes essa amizade com Kleber e Emilie que começou em NY e seguiu por Recife.”

“É bom pensar que Aquarius vai nascer em Cannes, um festival tão importante para qualquer profissional de cinema ou cinéfilo. Eu trabalho com cinema há mais de dez anos no Brasil, e já exibimos filmes em outros festivais importantes na França, mas não há como negar que ter um filme em première mundial em Cannes é especial, e falo isso não só como cinéfila, mas também como francesa!”, comenta a produtora Emilie Lesclaux.


O pernambucano Irandhir Santos (O Som ao Redor), a brasiliense Maeve Jinkings (O Som ao Redor), os cariocas Carla Ribas (A Casa de Alice) e Humberto Carrão, Julia Bernat (Aspirantes) e o paraibano Fernando Teixeira (Baixio das Bestas) são alguns destaques do elenco. Barbara Colen, Zoraide Coleto, Pedro Queiroz, Daniel Porpino, Germano Melo, Buda Lira, Paula de Renor, Allan Souza Lima, Arly Arnaud, Lula Terra, Clarissa Pinheiro, Valdeci Junior, Rubens Santos, Mariquinha Santos, Léo Wainer, Fabio Leal e Bruno Goya completam o elenco.

Aquarius é produzido por Emilie Lesclaux, através da CinemaScópio Produções (O Som ao RedorPermanência, de Leonardo Lacca, Sem Coração, de Nara Normande e Tião) em coprodução com a SBS Productions (França) de Saïd Ben Said e Michel Merkt (Mapas Para as Estrelas, de David Cronenberg, Passion, de Brian de Palma), a Videofilmes, de João Moreira Salles e Walter Salles e também em coprodução com a Globo Filmes (Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, Faroeste Caboclo, de Rene Sampaio). O filme foi realizado com patrocínio do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento e Funcultura / Fundarpe – Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco. O filme também contou com ação de merchandising da Jeep. 


As filmagens de Aquarius tiveram duração de sete semanas, com locações em bairros diferentes do Recife. Aconteceram nos meses de agosto e setembro de 2015. A produtora Emilie Lesclaux reuniu boa parte da equipe técnica e de produção que foi tão importante em O Som ao Redor, como os fotógrafos Pedro Sotero e Fabrício Tadeu, os diretores de arte Juliano Dornelles e Thales Junqueira, Daniel Bandeira como consultor artístico, Nicolas Hallet na gravação de som, Amanda Gabriel e Leonardo Lacca como preparadores de um elenco com mais de 50 atores.  Atualmente, o filme está sendo finalizado na O2 Pós, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que está sendo uma incrível parceira nesse projeto.


SINOPSE

Clara (Sonia Braga) mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, no Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento repleto de discos e livros, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento.   


FICHA TÉCNICA 

Roteiro e Direção: Kleber Mendonça Filho

Produção: Emilie Lesclaux (CinemaScópio)

Produção: Saïd Ben Said e Michel Merkt (SBS, França)

Co-Produção: Walter Salles (VideoFilmes)

Produtor associado: Carlos Diegues

Produção Executiva: Dora Amorim

Direção de Fotografia: Pedro Sotero e Fabrício Tadeu

Montagem: Eduardo Serrano

Direção de Arte: Juliano Dornelles e Thales Junqueira

Figurino: Rita Azevedo

Caracterização: Tayce Vale

Som direto: Nicolas Hallet

Desenho de Som: Ricardo Cutz

Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes 


SOBRE SONIA BRAGA

A atriz Sonia Braga é um ícone do Cinema. Teve seu primeiro sucesso internacional com Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto, 1976), que vendeu mais de 11 milhões de ingressos no país, um recorde histórico. Sucessos equivalentes na televisão com as novelas Gabriela (1975) e Dancing’ Days (1978) confirmaram sua popularidade fenomenal, seguida de outros sucessos de bilheteria com seu nome no topo das marquises dos cinemas em A Dama do Lotação (Neville D’Almeida, 1978) e Eu Te Amo (Arnaldo Jabor, 1981). Teve participação marcante no vencedor do Oscar O Beijo da Mulher Aranha (1984, Hector Babenco) e participou de filmes em Hollywood como Luar Sobre Parador (Moon Over Parador, 1988, de Paul Mazursky) e Rebelião em Milagro (The Millagro Beanfield War, de Robert Redford, 1988). Sonia Braga foi indicada para três Globos de Ouro e um prêmio Emmy. Seus trabalhos mais recentes na televisão incluem Sex and the City, Alias, American Family e a série da Netflix Luke Page. Moradora de Nova York há 25 anos, a estatura de Sonia Braga como A Estrela Brasileira de Cinema por excelência permanece intacta como um nome e uma presença na tela que são inconfundíveis.


SOBRE KLEBER MENDONÇA FILHO – DIRETOR E ROTEIRISTA

Kleber Mendonça Filho nasceu no Recife, em 1968. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, tem um trabalho abrangente como crítico e responsável pelo setor de cinema da Fundação Joaquim Nabuco já há 18 anos. Escreveu para o Jornal do Commercio, no Recife, seu site CinemaScópio, Revistas Continente, Cinética e o jornal Folha de S. Paulo. É também diretor artístico do Janela Internacional de Cinema do Recife, que terá sua 9a. edição em novembro 2016. Como realizador, migrou do vídeo nos anos 90, quando experimentou com ficção, documentário e videoclipes para o digital e o 35mm na década de 2000, realizando a filmografia em curta metragem mais premiada do Brasil, com filmes como A Menina do Algodão (co-dirigido por Daniel Bandeira, 2003), Vinil Verde (2004), Eletrodoméstica (2005), Noite de Sexta Manhã de Sábado (2006), Crítico (2008) e Recife Frio (2009). Seu último curta metragem é A Copa do Mundo no Recife (2015), feito sob encomenda para a casa de Cinema de Porto Alegre e o canal Sport TV. Seus filmes receberam mais de 120 prêmios no Brasil e no exterior, com seleções em festivais como Brasília, Tiradentes, Festival do Rio, Gramado, Karlovy-Vary, Clermont-Ferrand, Hamburgo, BAFICI, Indie Lisboa e Cannes (Quinzena dos Realizadores). Os festivais de Santa Maria da Feira, Toulouse e Roterdã já apresentaram retrospectivas dos seus filmes. Sua primeira experiência no longa metragem é o documentário Crítico (2008), realizado ao longo de nove anos. O Som ao Redor (2012) foi seu primeiro longa-metragem de ficção, exibido em mais de 100 festivais internacionais, lançado comercialmente em 14 países, o filme foi o representante brasileiro no Oscar 2014 e considerado “Um dos 10 Melhores Filmes do ano” pelo jornal The New York Times. O Som ao Redor foi visto por 100 mil espectadores no seu lançamento nos cinemas brasileiros. 


EMILIE LESCLAUX – PRODUTORA

Emilie Lesclaux nasceu na França e mora no Recife, Brasil, desde 2002. Formada em ciências políticas, trabalhou na área de cooperação cultural e audiovisual no Consulado Geral da França para o Nordeste do Brasil de 2003 a 2005. Desde 2005, é sócia da produtora CinemaScópio, onde produziu os premiados curta-metragens Eletrodoméstica, o longa Crítico (2007, também montadora), Recife Frio (2009, também montadora), O Som ao Redor (2012) eA Copa do Mundo no Recife (2015), todos de Kleber Mendonça Filho, e Permanência, de Leonardo Lacca; Supervisionou como produção executiva os curtas Ocidente e Confessionário de Leonardo Sette (2008-2009); e Sem Coração,de Nara Normande e Tião, o curta brasileiro mais premiado de 2014. É produtora e co-diretora do festival Janela Internacional de Cinema do Recife desde 2008.


CINEMASCÓPIO

A Cinemascópio é uma produtora independente, criada inicialmente para produzir os filmes de Kleber Mendonça Filho. Trabalha exclusivamente com cinema. Seus curtas e longas ganharam mais de 140 prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Nos últimos anos, vem se destacando como uma das principais produtoras audiovisuais do Recife, produzindo também o Janela Internacional de Cinema do Recife, e co-produzindo filmes de jovens talentos como Leonardo Sette (Ocidente, Confessionário), Tião (Muro – premiado na Quinzena dos Realizadores), Juliano Dornelles (Mens Sana in Corpore Sano, premiado no Festival de Locarno em 2011), Daniel Bandeira (Amigos de Risco, 2007) e Leonardo Lacca (Permanência). Os próximos filmes da Cinemascópio são AquariusO Ateliê da Rua do Brum, de Juliano Dornelles, Isolar, de Leonardo Sette, e Bacurau, co-dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.


SBS

Produtora e distribuidora francesa dirigida por Saïd Ben Saïd. Co-produziu e distribuiu filmes de Roman Polanski (Deus da Carnificina),  Brian De Palma (Passion), Philippe Garrel (À Sombra das Mulheres), David Cronenberg (Mapas Para as Estrelas), Paul Verhoeven (Elle) e o próximo e também aguardado filme de Walter Hill (The Warriors, Southern Comfort), Tomboy.  


GLOBO FILMES

Desde 1998, a Globo Filmes já participou de mais de 185 filmes, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro. Com a missão de contribuir para o fortalecimento da indústria audiovisual nacional, a filmografia contempla vários gêneros, como comédias, infantis, romances, dramas e aventuras, apostando na diversidade e em obras que valorizam a cultura brasileira. A Globo Filmes participou de alguns dos maiores sucessos de público e de crítica como ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘Tropa de Elite 2’, ‘Se Eu Fosse Você 2’, ‘2 Filhos de Francisco’, ‘O Palhaço’, ‘Getúlio’, ‘Carandiru’, e ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar. Suas atividades se baseiam em uma associação de excelência com produtores independentes e distribuidores nacionais e internacionais.


VIDEOFILMES

Criada pelos irmãos Walter e João Salles, a VideoFilmes é uma produtora independente brasileira cujo foco foi, nesses últimos quinze anos, a produção dos documentários de Eduardo Coutinho e a realização de filmes de diretores estreantes como Madame Satã de Karim Ainouz; Cidade Baixa, de Sérgio Machado; No Meu Lugar, de Eduardo Valente; Transeunte, de Eryk Rocha.   

Na área dos projetos de ficção, foram produzidos filmes de Walter Salles como Central do Brasil e Linha de Passe, premiados com o Urso de Prata de melhor atriz e a Palma de Ouro de melhor atriz para Fernanda Montenegro e Sandra Corveloni, respectivamente.

Já nos projetos de documentário, produzimos de João Moreira Salles Notícias de uma Guerra Particular, codireção com Katia Lund indicado ao Emmy Latino na categoria deste gênero; Entreatos, que recebeu o Prêmio de Melhor Documentário concedido pela ACIE (Associação de Críticos da Imprensa Estrangeira); e Santiago, Melhor Documentário no Festival duRéel (França), Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang, que fez parte dos festivais internacionais em Roma, Berlim, Nova Iorque, Tóquio, Londres, entre outros.

Também tivemos o privilégio de produzir filmes realizados pelos mestres Nelson Pereira dos Santos, como Casa Grande Senzala; e sete filmes de Eduardo Coutinho, entre eles, Babilônia 2000Edifício MasterJogo de Cena, e seu último documentário Últimas Conversas.

As coproduções internacionais também fazem parte dessa história. Parceiras com Matanza Cine, Lita Stantic, Fado Filmes e La Union de los Ríos, deram origem aos longas dirigidos por Pablo Trapero, Lucrecia Martel e Miguel Kohan. Recentemente, Paulina, de Santiago Mitre foi premiado na Semana de Crítica do Festival de Cannes e  no Fipresci.

Nesta jornada, a VideoFilmes conquistou mais de 300 prêmios nacionais e internacionais por seus filmes de ficção e documentários.