6 Histórias Brasileiras

Retratos do Brasil 
 

“6 Histórias Brasileiras” é uma série de reportagens filmadas de um ponto de vista que aparece pouco no noticiário sobre o Brasil. Cada episódio foi realizado em parceria por um jornalista e um documentarista, num trabalho que reuniu Dorrit Harazim, Flávio Pinheiro, Marcos Sá Corrêa e Zuenir Ventura, de um lado, e, de outro, Arthur Fontes, Izabel Jaguaribe e João Moreira Salles.

 

A série compõe um pequeno álbum de retratos do Brasil: em “A família Braz”, surge o dia-a-dia de uma família brasileira na periferia paulistana; “O Vale” é uma narrativa sobre a ocupação da terra no Brasil; “Passageiros” descreve o percurso dos migrantes de hoje; “Um dia qualquer” acompanha cinco pessoas que usam o corpo como instrumento de trabalho; em “Santa Cruz”, a fundação de uma igreja evangélica mostra-se como tentativa de ordenar o cotidiano; “Ensaio Geral” filma os preparativos do brilho numa escola de samba carioca.

 

Patrocinada pela Brasil Telecom e co-produzida pela VideoFilmes e o canal GNT, a série expõe de forma inesperada um país que não costuma frequentar as manchetes dos jornais. Cada documentário reflete a visão pessoal de um jornalista, mas os temas abordados nasceram de discussões, dúvidas e debates entre o grupo. Os documentários foram filmados em película 16 mm, entre maio de 1999 e maio de 2000.

 

 

A FAMÍLIA BRAZ

Falas e imagens de um Brasil anônimo

Programa de Dorrit Harazim e Arthur Fontes

 

Sinopse

O primeiro programa a ser apresentado é “A família Braz”, um retrato do brasileiro médio urbano. Os Braz – seu Antônio, dona Maria e os quatro filhos – moram em Brasilândia, distrito de 240 mil habitantes da periferia de São Paulo. O documentário mostra como eles tocam a vida à sombra da cidade grande; ouvindo o que sentem e o que pensam como cidadãos, põe em relevo certas imagens da marginalização gerada por um país que progride. A equipe acompanhou a rotina da família durante duas semanas.

 

Ficha técnica

Argumento: Dorrit Harazim

Fotografia: Adriano Goldman

Consultor para a série: Manolo Florentino

Narração: Dorrit Harazim

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo

Costa

Edição: Jordana Berg

Som direto: Aloysio Compasso e João Godoy

Música original: Maurício Tagliari e Luca Raele

Finalização de som: Gabriel Pinheiro / Solo Áudio

Finalização de imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Tânia Pacheco

Coordenação de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: Arthur Fontes

Duração: 56 min 

 

 

O VALE

Uma história de ocupação da terra no Brasil

Programa de Marcos Sá Corrêa e João Moreira Salles

 

Sinopse

“O Vale” se detém numa paisagem por onde todo ano transitam milhões de brasileiros: o Vale do Paraíba, um mar de morros onde crescem as indústrias e as cidades que ligam o Rio de Janeiro a São Paulo. O documentário mostra como o processo de ocupação da terra transformou essa região num campo de batalha: ali, o café venceu em poucas décadas uma floresta milenar. Através do depoimento de fazendeiros, lavradores e migrantes que trocam o campo pela cidade e a cidade pelo campo, “O Vale” narra a história da terra devastada e de seus herdeiros.

           

Ficha técnica

Argumento: Marcos Sá Corrêa

Fotografia: Toca Seabra

Narração: Alberto Flaksman

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo Costa

Consultor para a série: Manolo Florentino

Consultor para o programa: José Augusto Pádua

Edição: Felipe Lacerda

Som direto: Aloysio Compasso

Música original: Antônio Pinto e Ed Cortês

Finalização de som: Denilson Campos e Daniel Perlin

Finalização de imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: João Moreira Salles

Duração: 56 min

 

PASSAGEIROS

Uma viagem pelo Brasil migrante

Programa de Dorrit Harazim e Izabel Jaguaribe

 

Sinopse

“Passageiros” mostra o movimento de um país onde mais da metade da população adulta não vive no lugar onde nasceu. No Brasil de hoje, a aventura de migrar não é mais de mão única: é um vai-e-vem constante. Para descrever esse movimento, o terceiro programa da série embarcou com 34 passageiros num dos ônibus que fazem a rota São Paulo-Pedro II, no Piauí. Foram três dias de viagem e 3.200 quilômetros de estrada. Ao longo do percurso, que antes de chegar ao Piauí cruza os Estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, o programa vai colhendo as histórias de vida desses passageiros. Através delas, delineia uma imagem dos migrantes de hoje – de suas motivações, conquistas e desafios, de suas estratégias para sobreviver à ilusão.

 

Ficha técnica

Argumento: Dorrit Harazim

Fotografia: Walter Carvalho

Narração: Dorrit Harazim

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo

Costa

Consultor para a série: Manolo Florentino

Música Original: Mauricio Tagliari / YB

Edição: Felipe Lacerda

Som direto: Felix Andrew

Finalização de som: Denilson Campos e Daniel Perlin

Finalização de imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Jean Robert

Coordenação de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: Izabel Jaguaribe

Duração: 56 min

 

UM DIA QUALQUER

O corpo como instrumento de trabalho

Programa de Zuenir Ventura e Izabel Jaguaribe

 

Sinopse

“Um dia qualquer” registra a jornada de cinco pessoas que usam o corpo como instrumento de trabalho: uma empregada doméstica, um motorista de ônibus, um office-boy, um vendedor ambulante e uma dançarina. Em comum, eles têm a vida dura e uma certa alegria de viver – o trabalho árduo, às vezes penoso, pode conter a disposição para o riso e para a celebração. As marcas que a cultura e a história de um país imprimem no corpo traduzem-se na sua maneira de andar, de escolher as roupas, de estabelecer vínculos amorosos, de se exibir.

 

Ficha técnica

Argumento: Zuenir Ventura

Fotografia: Dudu Miranda

Narração: Zuenir Ventura

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo

Costa

Consultor para a série: Manolo Florentino

Edição: Quito Ribeiro

Som direto: Heron Alencar

Música original: Mauricio Tagliari e Luca Raele

Finalização de som: Daniel Perlin / Solo Áudio

Finalização de Imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Beto Bruno

Coordenação de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: Izabel Jaguaribe

Duração: 55 min

 

SANTA CRUZ

A busca da ordem

Programa de Marcos Sá Corrêa e João Moreira Salles

 

Sinopse

O quinto programa da série, “Santa Cruz”, acompanha o nascimento de uma igreja evangélica num loteamento clandestino do subúrbio carioca de Santa Cruz. Exemplo modesto de um movimento largo e crescente, essa minúscula igreja expressa a força da catequese pentecostal; a fundação da Casa de Oração Jesus é o General, em janeiro de 1999, mostra como a multiplicação de templos evangélicos arruma a vida dos pobres nos subúrbios do Rio de Janeiro. Os testemunhos dos fiéis revelam que as mudanças introduzidas por uma nova e rígida disciplina religiosa servem de proteção contra a desordem da vida cotidiana.

 

Ficha técnica

Argumento: Marcos Sá Corrêa

Fotografia: Reynaldo Zangrandi

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo

Costa

Consultor para a série: Manolo Florentino

Edição: Joana Ventura

Som direto: Aloysio Compasso

Música original: Vicente Sálvia / Cardantec

Finalização de som: Denilson Campos

Finalização de imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: João Moreira Salles

Duração: 53 min

 

 

ENSAIO GERAL

O passo-a-passo de uma escola de samba

Programa de Flávio Pinheiro e Arthur Fontes

 

Sinopse

“Ensaio geral” vai aos bastidores da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Dos dilemas dos compositores à disputa pelo samba enredo, da intuição dos ritmistas à partitura de percussão que ressoa na avenida, da linha de montagem de alegorias aos ateliês domésticos de fantasia, são necessários oito meses para criar o brilho de um espetáculo que dura 85 minutos. O documentário registra, passo a passo, a vida de alguns de seus integrantes durante o período de preparação do desfile: o que pode haver de glória e desventura em ser brasileiro condensa-se no momento único do Carnaval.

 

Ficha técnica

Argumento: Flávio Pinheiro

Fotografia: Flávio Zangrandi

Narração: Flávio Pinheiro

Abertura: Barrão e Fernanda Villa-Lobos

Trilha de abertura (sobre tema de Villa-Lobos): Turíbio Santos e Ricardo

Costa

Consultor para a série: Manolo Florentino

Edição: Joana Ventura

Edição final: Sergio Mekler e Joana Ventura

Som direto: Aloysio Compasso

Finalização de som: Gabriel Pinheiro / Solo Áudio

Finalização de imagem: Flávio Nunes

Direção de produção: Raquel Freire Zangrandi

Produção executiva: Mauricio Andrade Ramos

Direção: Arthur Fontes

Duração: 1h 25 min

 

 

Sobre os realizadores

 

Dorrit Harazim, 57 anos, jornalista. Atualmente trabalha numa série de documentários intitulada “Travessia”.

 

Flávio Pinheiro, 52 anos, jornalista. Editor da revista eletrônica No. Foi editor executivo do Jornal do Brasil e editor executivo da Veja Rio.

 

Marcos Sá Corrêa, 53 anos, jornalista. Editor da revista eletrônica No. Foi colunista das revistas Veja e Época e diretor do Jornal do Brasil e O Dia. Tem quatro livros publicados.

 

Zuenir Ventura, 69 anos, jornalista e escritor. É colunista do jornal O Globo e da revista Época. Publicou, entre outros, os livros “1968 – O ano que não terminou” (1988), “Cidade partida” (1994), “Mal secreto” (1998), “Cultura em trânsito: 70/80 – Da repressão à abertura” (2000). Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo por uma série de reportagens sobre Chico Mendes.

 

Arthur Fontes, 36 anos, diretor de cinema, TV e publicidade. Dirigiu o episódio “O Primeiro pecado”, do longa-metragem “Traição” (1998), e o curta “Trancado (por dentro)” (1988), premiado no FestRio (Melhor Curta-Metragem) e no Festival de Gramado (Melhor Roteiro). Para a televisão, dirigiu com João Moreira Salles o documentário “Futebol”, os especiais “Dois”, de Marisa Monte, e Tudo ao mesmo tempo agora, dos Titãs, além de ter roteirizado a série “China, o império do centro”, de João Moreira Salles.

 

Izabel Jaguaribe, 32 anos, diretora de cinema, TV e publicidade. Termina o filme “Caminho do Ouro”, filmado em 16mm. Co-dirigiu, ao lado de Mauro Mendonça Filho, o especial “Memória de um Sargento de Milícias”, exibido pela Rede Globo, e dirigiu inúmeros filmes publicitários para a Conspiração Filmes e para a VideoFilmes. Realizou dois curta-metragens em 35mm para o Festival do Minuto: “Puerperium” e “Não vai atender?”.

 

João Moreira Salles, 38 anos, documentarista. Iniciou sua carreira com o roteiro da série “Japão, uma viagem no tempo” (1985). Em seguida dirigiu “China, o império do centro” (1987) e no mesmo ano escreveu o roteiro de “Krajcberg, o poeta dos vestígios”. Em 1989, realizou a série “América” e o documentário “Poesia é uma ou duas linhas e por trás uma imensa paisagem”, sobre a poeta Ana Cristina César e dirigiu depois “Blues” (1990). Para o GNT, fez o documentário “Jorge Amado”, sobre a questão racial no país, e a série “Futebol” (1998), co-dirigida por Arthur Fontes e finalista do Emmy Awards’98. Em parceria com Kátia Lund, dirigiu em 1999 “Notícias de uma guerra particular”, sobre o estado da violência urbana no Brasil.

Agosto 2008